Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Instituição, que fica na Avenida Helvio Basso, abriga 169 idosas
O mais recente desdobramento do empreendimento multimilionário das lojas Havan em Santa Maria é o adiantamento do depósito de R$ 720 mil para a direção do Lar das Vovozinhas. O aporte significará, na prática, a possibilidade de um respiro financeiro à instituição que convive, nos últimos cinco anos, com sérias restrições financeiras. O dinheiro foi depositado nesta semana na conta da instituição.
O diretor-presidente do Lar das Vovozinhas, Saul Fin, explica que, do montante, R$ 700 mil serão revertidos para sanar débitos que estão em abertos. Ao todo, o lar contabiliza cinco empréstimos - que vão desde demandas bancárias a situações de parcelamentos de saldos com a RGE e com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - e que, agora, com essa verba, serão quitados.
Todas essas questões representavam, até então, um comprometimento de R$ 33 mil por mês com os empréstimos para cumprir com essas obrigações. Ainda assim, uma vez que tudo seja pago, o déficit da instituição seguirá perto da casa dos R$ 10 mil, explica Saul Fin.
Ainda quando a Havan iniciou as tratativas com o Lar das Vovozinhas para se instalar no terreno que fica em anexo ao prédio da instituição, o dono da rede, Luciano Hang, já sinalizava com o aporte de mais de R$ 700 mil. Após a efetivação do contrato entre as partes, que ocorreu em abril deste ano, ficou pactuado que os R$ 720 mil seriam depositados. Ou seja, a Havan deu um adiantamento referente aos primeiros dois anos de aluguel do terreno.
Ao fim do período de dois anos, a Havan passará a pagar aluguel de R$ 30 mil por mês à instituição. O contrato, inicialmente, é de 30 anos, podendo ser prorrogado por igual período. A partir do 27º ano, o prédio - que está sendo construído pelo grupo catarinense - passa a ser de propriedade do Lar das Vovozinhas. A dívida, em um passado recente, chegou a passar da casa do R$ 1 milhão, relembra Saul Fin.
ESTRUTURA
A instituição atende 169 idosas. O lar conta com quatro alas que dão desde atendimentos psiquiátricos a serviços de enfermagem. O custo por mês da instituição é de R$ 343 mil com a folha de pagamento, que conta com 101 colaboradores, mais as questões de alimentação, higiene, compra de medicamentos e, ainda, com as contas de água, luz e telefone.
Além de questões administrativas e de manutenção, o Lar mantém em funcionamento, de forma permanente, os serviços de cozinha, enfermagem, nutricional, farmacêutico e médico.
O diretor-presidente adianta que há uma questão encaminhada e que já está pactuada, "como um acordo de cavalheiros", que é o fato de a Havan adotar o troco solidário para a instituição. Atualmente, três redes de mercado da cidade adotam o dispositivo que rende, em média, R$ 15 mil por mês para o lar.